Serra dos Mares é um assentamento no município de Iati, terra da promissão de lutadores pela Reforma Agrária.
O começo da libertação da sujeição aos patrões foi no ano de 1986, ano da Campanha da Fraternidade: Terra de Deus, terra de irmãos, a favor da Reforma Agrária. Animados e reunidos pelo profeta Luís Leonardo, cerca de 40 famílias, ocuparam um latifúndio de nome Rancho V. Logo, logo veio a revanche dos fazendeiros e acionaram a justiça, que acionou a polícia que foi e reprimiu violentamente os acampados, expulsando-os, incendiando suas barracas, quebrando seus potes. Luís Leonardo os acolheu em sua terra. Dom Tiago, o bispo dos pobres os apoiou. A Comissão diocesana de apoio à Reforma Agrária (CARA) mobilizou-se e conseguiu material para refazer as barracas, alimento e orientação para resistir e continuar requerendo do governo a terra. Pressões fizeram ao governo, indo acampar na Praça das Princesas, diante do palácio.
Desde a saída do domínio dos faraós até a chegada à terra da promissão, não tiveram de enfrentar um deserto de 40 anos. Depois de meses de negociação e espera, conseguiram uma terra bem melhor do que a primeira de nome “Serra dos Mares”, no mesmo município de Iati. Lá chegaram em velho caminhão, cantando alegres “minha gente libertada lutar não foi em vão”. Encontraram só a terra nua, um casarão abandonado. Não havia água potável, nem energia, nem escola. Depressa construíram precárias choupanas e perceberam que a conquista precisava continuar.
No dia sete de agosto três membros da Comissão diocesana de CEBs, Cida, Francisca, Juvenal foram passar o domingo com eles. Vencidos os 18 quilômetros de terra de Iati para Serra dos Mares, paramos no salão que foi casa de farinha e hoje é de uso para escola, para reuniões da Associação e para a Igreja. O Rivaldo nos acolheu com gratidão e alegria. Rivaldo é animador local dedicado, competente. No salão estavam presentes as lideranças religiosas: Angeluzia, catequista, vocalista; deficiente das duas pernas (se arrasta pelo chão ou anda em cadeira de rodas).
As catequistas, as vocalistas dos atos litúrgicos, agentes da Pastoral das Crianças, um grupo de cerca de quinze pessoas. Dava pra ver que a animação religiosa daquela comunidade estava fundamentada em um rapaz magro, cara de fome e em uma deficiente. Veja o poder de Deus. Fizemos memória da travessia que a comunidade fez desde o ano de 1986 até a hora presente e destacamos as conquistas alcançadas: casa de taipa X casa de alvenaria; candeeiro X luz elétrica; água poluída do açude X água encanada; fogão de lenha X fogão a gás. Com ajuda do violeiro Josenildo, animamos a reunião com cantos próprios das CEBs e revelamos os traços que mostram a identidade das CEBs e a luta do modelo social que a anima contra o modelo concentrador do capitalismo. Fomos almoçar na casa de Gerusa, mãe “aleijadinha”. Gerusa se orgulha da filha Angelusia. Mostrando as panelas prateadas, a casa limpa, bem arrumada, aponta para a filha e diz: é ela quem faz. Duas horas a maioria do povo do lugar já se reunira para a celebração da Missa. Dado o início, saímos em procissão para a casa de Anísia a buscar a imagem de Nossa Senhora Aparecida que havia circulado nas casas durante os terços. Para alegria minha os cantos entoados na Missa, eram todos do repertório das CEBs. A celebração, acompanhada com atenção e simpatia, era no jeito de confirmar e abençoar a luta. Após as despedidas e um lanche fomos à casa de Rivaldo fazer uma visita a sua mãe que vive sem as duas pernas amputadas pela doença da diabetes. Cantamos, rezamos e lhe oferecemos a comunhão do Corpo de Cristo. Saímos com a sensação de dever cumprido e, sobretudo, animados na fé em Jesus, o libertador.
As catequistas, as vocalistas dos atos litúrgicos, agentes da Pastoral das Crianças, um grupo de cerca de quinze pessoas. Dava pra ver que a animação religiosa daquela comunidade estava fundamentada em um rapaz magro, cara de fome e em uma deficiente. Veja o poder de Deus. Fizemos memória da travessia que a comunidade fez desde o ano de 1986 até a hora presente e destacamos as conquistas alcançadas: casa de taipa X casa de alvenaria; candeeiro X luz elétrica; água poluída do açude X água encanada; fogão de lenha X fogão a gás. Com ajuda do violeiro Josenildo, animamos a reunião com cantos próprios das CEBs e revelamos os traços que mostram a identidade das CEBs e a luta do modelo social que a anima contra o modelo concentrador do capitalismo. Fomos almoçar na casa de Gerusa, mãe “aleijadinha”. Gerusa se orgulha da filha Angelusia. Mostrando as panelas prateadas, a casa limpa, bem arrumada, aponta para a filha e diz: é ela quem faz. Duas horas a maioria do povo do lugar já se reunira para a celebração da Missa. Dado o início, saímos em procissão para a casa de Anísia a buscar a imagem de Nossa Senhora Aparecida que havia circulado nas casas durante os terços. Para alegria minha os cantos entoados na Missa, eram todos do repertório das CEBs. A celebração, acompanhada com atenção e simpatia, era no jeito de confirmar e abençoar a luta. Após as despedidas e um lanche fomos à casa de Rivaldo fazer uma visita a sua mãe que vive sem as duas pernas amputadas pela doença da diabetes. Cantamos, rezamos e lhe oferecemos a comunhão do Corpo de Cristo. Saímos com a sensação de dever cumprido e, sobretudo, animados na fé em Jesus, o libertador.
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