domingo, 30 de outubro de 2011

O que quero dizer é da 15ª Festa da Colheita


Prezados amigos e amigas
Quem lhes escreve é Juvenal, aquele temerário, que acreditava em liberdade sem medo nos tempos de educador. Por sorte esta loucura me tangeu pra longe  de Ipuarana. Digo sorte, porque  encontrei o rumo que me fez mais feliz, a pastoral do povo humilde, rural, convivendo com eles e quanto possível como eles. Mas não estou a fim de voltar uma página de minha história. O que quero dizer é da 15ª Festa da Colheita ocorrida no dia 23 deste.
As lideranças da igreja vinham já se mobilizando. Na semana da festa chegou Frei Fernandes com seus cinco noviços, vinham ganhar uma noção teórica e prática sobre CEBs. Dei  a fundamentação bíblica e teológica, passei a concretização com meu testemunho e de dois leigos animadores de CEBs que vieram expor sua experiência. Na sexta feira chegaram dois junioristas franciscanos habilíssimos em ornamentação para criar o visual. O inverno, muito prolongado desse ano despiu os jatobás de sua folhagem, que só agora se revestia. Grandes carradas de folhas do chão, as crianças carregaram balaios de frutos.
A lição mais impressionante do que é CEBs veio no dia da festa, lição na qual eles, eles noviços participaram como atores na preparação e no dia. O bosque de jatobás amanheceu como noiva à espera do noivo, o palco belíssimo, (verão nas fotos que vamos colocar em nosso blog). Mas o céu estava encoberto, mandando uma chuvinha que às vezes  engrossava mas não intimidava. O povo ia chegando a pé, nos ônibus, nos automóveis, motos, trazendo as ofertas e seu guarda-chuva. Na Missa, como muitos já sabem, fiz o possível para fazer o povo entrar em comunhão com Deus e exercer o mais possível sua dimensão sacerdotal do batismo. O poderoso som de Djair enchia o bosque e os cantos das CEBs acendia alegria no povo acrescida também, vez em quando, pelo espocar  dos foguetes. Ao ser anunciado os 15 anos da Festa dois noviços trouxeram ao palco uma grande caixa de presente de onde saiu Tainá, a debutante, simbolizado a data.
Roberto Malvezzi, grande tocador, cantor e poeta, perito em ecologia fez uma introdução à Missa, rastreando textos bíblicos sobre o tema. Expostas diante do altar durante a Missa 500 sacolinhas de feijão foram abençoadas e distribuídas de lembrança. No fim houve o momento da festa das bandeirinhas da paz, cerca de mil erguidas e cadenciadas ao canto: Deus nos abençoe e nos dê a paz. A bênção de São Francisco foi cantada pelos frades presentes na beira do palco. Este momento foi concluído com a bênção dos alimentos cantada também pelos frades. Depois o povo se juntou por família ou afinidade, estendeu lençóis no chão, procurou sombras e foi repartir o de comer. Momento lindo de partilha. Os frades que passavam pelos grupos buscando a cozinha, eram insistentemente convidados a participar e vários cederam.
A parte da tarde foi dedicada ao “show” de Malvezzi que mostrou toda a beleza de sua voz e a força poética e profética de sua mensagem, em 23 canções, boa parte de sua autoria. Rubens e seu grupo de vocalistas e Josenildo com seu violão ajudaram.
No fim de tudo se fez o sorteio da rifa, a essa altura, ônibus já buzinavam e partiam carregando a gente das comunidades, felizes e confirmada em sua vocação de igreja-povo.
Segui-se o desmonte da festa, onde se mostrou de novo a organização da comunidade que, no parecer de Malvezzi, revela uma caminhada.
Ao cair da noite tudo estava limpo e os organizadores da festa, exaustos sorriam com o bom sucesso do evento. Viva a décima quanta Festa da Colheita!

Frei Juvenal






















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