Depois de semanas de preparação: articulação, divulgação, organização do espaço, da liturgia, das equipes... Para construirmos a 19ª festa da colheita, chega o grande dia. Um misto de sentimentos dominava todas as pessoas envolvidas: alegria do encontro com os amigos, a graça da partilha entre os pobres e a saudade, que fazia doer, do nosso querido irmão Frei Juvenal. O espaço todo limpo, cercas com fitinhas coloridas, faixas em seus devidos lugares, lixeiros distribuídos, em todo espaço, palhacinhos (as) bem caracterizados e orientados para com alegria e graça cuidarem do meio ambiente, equipe de acolhida se destacava com batas amarelas aguardando para abraços de boas vindas e anotações das comunidades presentes, na barraca das CEBs uma equipe de amigos (as) prestavam o serviço de venderem lanches doados pelas comunidades, cozinheiras já desde muito cedo preparando almoço para as equipes voluntárias... Tudo isso fruto de mutirão de quase trinta pessoas que ao amanhecer do dia anterior limparam toda área, regaram e protegeram as plantinhas, cuidaram de cada detalhe. Resultado de muita doação de pessoas, que generosamente, colocam-se a serviço desse jeito de ser Igreja – a vida em comunidade – Realidade e utopia que se entrelaçam na caminhada rumo ao Reino definitivo. Como dizia o Irmão: “Como uma noiva que se prepara para seu noivo no dia do casamento”, assim amanheceu o Sítio Cruz, Recanto Franciscano, chamado agora por Dom Paulo de “Casa das Comunidades Eclesiais de Base”, lindamente, cuidadosamente arrumado para a festa.
Aos poucos e lentamente a “catedral ecológica” foi se enfeitando de gente vinda de vários lugares de nossa diocese: diversas comunidades de Paranatama, Calçado, Lajedo, Correntes, Terezinha, Garanhuns, Jurema, Caetés, Canhotinho e de muitas comunidades da redondeza. Presença de amigos de Caruaru; do Santuário das Comunidades veio Hermínia, Toinho, Luciana, Margarida. Muitos foram os abraços, as recordações regadas de muitas lágrimas pela saudade de nosso amigo, irmão Frei Juvenal.
Após esse momento informal de acolhida e de animação com o som de Djair e a voz de Rubens e Fátima, Gláucia em nome da Comissão Diocesana de CEBs declara aberta a 19ª Festa da Colheita, marcando esse momento com espocar de fogos. A cordelista Maria Fidelis recitou seu poema com voz forte e embargada pela emoção levou a muitos de nós derramar lágrimas e acentuar a saudade. Um grupo de alunos da Escola Bíblica Frei Juvenal encenou o canto: “Um lavrador saiu de madrugada...”. Pe. Marcos André falou da importância da Festa da Colheita e da vida em comunidade, fez o povão dançar ciranda contando “Por isso vem entra na roda com gente...” Momento de alegria, reflexão e descontração; Pe. Nelson continuou com palavras animadoras e entoando saudosos cantos; Hermínia, presidente da Fundação Santuário das Comunidades, com Toinho deixaram suas mensagens de amizade e incentivo à caminhada das CEBs de nossa Diocese. A programação seguiu até a hora do almoço com homenagens das Comunidades a Frei Juvenal.
A Celebração Eucarística, pela primeira vez, programada para parte da tarde para garantirmos, pela primeira vez, a presença do bispo diocesano iniciou pontualmente às 14h. A liturgia do domingo combinou bem com o sentindo da festa representada pela ação libertadora das viúvas que partilham o que têm. A presença animadora e as palavras encorajadoras e de incentivo do nosso bispo Dom Paulo nos encheu de esperança de que é possível construirmos uma Igreja povo de Deus, uma Igreja com a cara do povo, uma Igreja como diz o Papa Francisco com cheiro de ovelhas.
As comunidades, apesar do difícil ano de seca, estavam ali para fazerem sua partilha, porque sabem que “o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada”. E seguiram em procissão para fazerem suas ofertas. Para nós da Comissão de CEBs esse gesto é sinal de confiança, de solidariedade, de compromisso com a caminhada das CEBs. Encerramos a Celebração expressando com as bandeirinhas brancas o desejo de lutarmos pela Paz que é filha da Justiça.
A Festa foi concluída com o sorteio de prêmios doados por amigos: o fogão foi para Luzia Bezerra da Comunidade do Umbuzeiro de Paranatama, a Sanduicheira para Taís da Comunidade do Nambi em Paranatama, Paulo Vitor de Palmares ganhou o liquidificador, Eneida de Correntes ganhou o som, Socorro Lopes um arranjo de flores. Após o sorteio abraços de despedida e começamos, em mutirão, o desmonte da festa que durou parte da noite e manhã do dia seguinte.
Felizes e agradecidos a Deus estamos nós por mais essa graça recebida. Agradecidos a todos que colaboraram com essa linda festa dessa porção do povo de Deus.
Ver o amor e o respeito uns pelos outros, é Luz de Deus! Tenho um amor muito especial por esta comunidade! CEBs um jeito diferente de ser igreja!
ResponderExcluirQuero deixar meu abraço de paz e bem à todos que contribuíram diretamente ou indiretamente para que essa comunidade, persevere nas caminhadas em busca da transformação social pelo evangelho!
A simplicidade e a profundidade espiritual de nosso Bispo Dom Paulo, fez nascer em mim uma grande admiração por sua pessoa! Peçamos á Deus, muito amor , paz, saúde e discernimento para que ele possa cumprir sua missão!
Nossas orações foram ouvidas! Obrigada Senhor!