O sol do fim da tarde
de domingo - dia 09 de outubro de 2016
- testemunhou quando um grupo de homens, mulheres, jovens e crianças se reuniu
em um cantinho do bosque de jatobás do
recanto franciscano - Sítio Cruz, para agradecer ao Criador de tudo e de
todos, o sucesso da 20ª Festa da
Colheita organizada pela equipe de CEBS da Diocese de Garanhuns.
Olhando os trabalhadores em oração, o
astro-rei procurava as marcas do cansaço nos seus semblantes, próprias dos que
laboram no sol a pino, mas, no lugar delas, encontrou o olhar de satisfação de
cada um a espalhar uma luz cintilante que competia com os raios dourados que ele - o sol - distribuíra durante todo o
dia.
Perguntava-se encafifado, o astro
flamejante, como era possível haver tanta
claridade naquele local, quando ele distribuidor maior da luz do dia já se
recolhia? O que alimentava aquele fenômeno
luminescente que furava as copas das árvores e esticava-se em direção a alturas
inimagináveis? Que fonte de energia
pulsante produzia a inusitada incandescência? Por certo, não era ele, bem
sabia, o responsável pelo prodígio.
Guardando consigo seus porquês, registrou o acontecimento como sendo um dos muitos segredos cósmicos que a ciência do mundo não conseguia explicar e, satisfeito com sua sapiência, se escondeu por trás da serra dos ventos, para descansar. Antes, porém, dispensou um último "admirar" para o aglomerado de pessoas no bosque e querendo contribuir para a beleza daquele momento, tingiu de rosa o firmamento, contente porque pelo menos essa proeza, somente ele, majestosamente podia realizar.
Ora, o que o rei, ou, imitando Francisco de Assis, o irmão sol não sabia era que se tivesse se demorado um tiquinho mais naquelas paragens, logo descobriria a causa geradora da luminosidade que lhe causou assombro, por que ouviria os relatos dos que sabiam ter proporcionando momentos de alegria a uma multidão de irmãos e irmãs que de todos os cantos da diocese chegaram naquele local, trazendo nas mãos um pouco do pouco que colheram da terra esse ano e no coração, a certeza de que seu gesto de doação iria garantir a continuidade dos trabalhos de organização, formação e acompanhamento das Comunidades Eclesiais de Base, por pelo menos mais 365 dias. Se não tivesse o irmão sol hora certa para se recolher, por certo, não dormiria sem saber que os fachos de luz que se acenderam entre os jatobás, era a esperança daquele povo regada pelos jorros de água fresca e potável do Poço Frei Juvenal, que quando respingada sobre a multidão, no pingo do meio-dia, anunciou um período de dias melhores para os que padecem junto com a terra esturricada e revigorando-lhes o físico, alimentou-lhes a FÉ - essa sim - , a verdadeira e única força motriz geradora daquela adventícia LUZ que projetando-se em direção ao firmamento expunha ao Universo a aliança há tempos estabelecida entre o Criador e suas criaturas.
Gláucia Terra - Equipe de CEBS
Confira mais alguns registros desse dia:
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