domingo, 14 de dezembro de 2014

Está Chegando o 34º Natal das Comunidades

Irmão e irmã de caminhada,

(...)
A entrada de Deus em nossa terra e em nossa história na forma de uma criança é um acontecimento que enche de alegria o mundo cristão. As casas são pintadas e iluminadas de pisca-pisca, as lojas se enchem de gente a fazer compras para o Natal, muitos viajam para passar as festas com parentes.

Mas a festa só será completa se começar no coração. Por isso nossa Igreja se veste da cor da penitência e convida os cristãos para rezar e refletir com os vizinhos (as) sobre o Mistério da misericórdia de Deus que nos deu Seu Filho para nos fazer felizes. É o tempo do Advento.

A Fundação Santuário das Comunidades quer ajudar sua gente a viver bem este acontecimento tão importante. Para isso a diretoria, reunida em Assembleia, escolheu o tema a ser refletido esse ano. Em comunhão com nossos bispos que estão propondo a r enovação das paróquias na forma de comunidade de comunidades, abraçamos esse tema: Nasce Jesus, nasce a comunidade. Pessoas das dioceses de Caruaru, Garanhuns e Pesqueira assumiram preparar as noites da novena. É um trabalho em mutirão.

Desejamos que todos façam uma boa preparação para esse Natal. Cada grupo prepare cuidadosamente a noite da novena, distribua as tarefas, prepare o ambiente, acolha atenciosamente as pessoas. E cuide com antecedência do transporte para chegar ao Santuário a tempo de participar do começo da programação. Vai ser bom atravessar aquela porteira de alegria e paz e, no chão do Santuário, nos encontrar.


Na espera desse dia, aqui fica o abraço de Frei Juvenal Bomfim, em nome da Diretoria da Fundação.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Aspectos de minha caminhada

Por onde começar? Por certo, não do começo da caminhada que é muito caminho. Uma certeza carrego: venho seguindo um aceno de Jesus desde os mais verdes anos.

Fui coroinha na paróquia franciscana de Santo Antônio (Aracaju), Seminarista no Seminário Seráfico de Ipuarana dos anos 1947 a 1952; ordenado presbítero na Igreja de São Francisco (Salvador) a 20 de dezembro de 1958; educador em Ipuarana de 1961 a 1967. A partir de setembro de 1967 começou uma etapa decisiva em minha vida. Transferido para Aracaju, fui morar em casa modesta atrás da matriz de São Pio X do bairro Operário 18 do Forte entregue aos meus cuidados. Em breve foram morar comigo três ex-alunos de Ipuarana: Raimundo Lúcio, Zé Francisco e Tinã. Cada um seguiu, depois de algum tempo, seu próprio rumo: Lúcio foi ser padre diocesano, Francisco se formou em direito, Tinã abraçou a carreira política.

Em 1970 fui pregar missão no sertão sergipano, em Porto da Folha, onde já se encontrava frei Angelino. Foi ali que abracei consciente a vocação franciscana de pobreza e proximidade com os pobres, embora carregando minhas fraquezas e covardias. Angelino e eu decidimos permanecer em Porto da Folha mesmo à revelia do provincial Frei Martinho que nos remetia para o convento de Aracaju. Pedimos exclaustração por três anos e o bispo de Propriá nos acolheu e confiou a paróquia. Com frei Angelino vivi meu segundo e mais feliz noviciado, morando em casa de taipa de apenas três vãos e um banheiro. Logo, logo se associaram a nós dois confrades egressos da Ordem: Frei Roberto Eufrásio e Frei Enoque Salvador de Melo. Algum tempo depois chegou um jovem “beradeiro” do Rio São Francisco, filho de pescador, 
Anísio. Mais redes foram armadas na sala e no corredor. 

Organizamos a vida fraterna, partilhando em rodízio as tarefas domésticas, a oração, as celebrações com o povo. Nosso sonho era experimentar melhor o carisma de São Francisco, vivendo com os simples e humildes, revelando-lhes a face do Jesus dos Evangelhos, resgatando sua dignidade de filhos e filhas e imagens de Deus, buscando uni-los e organizá-los para a conquista de uma vida com melhor qualidade. Foram três anos de missão na vasta paróquia, cobrindo as distâncias com um jipe ou velejando de canoa no “Velho Chico”. Deixei na parede central da matriz, pintada uma amostra de nossa aposta na fé iluminando a vida: ao redor de um Cristo sertanejo, moreno, repartindo o pão, aves e flores que lembram a confiança no Pai. Mais ainda: toda a vida do povo do lugar: feira, vaqueiros, agricultores, bordadeiras, professora, o Rio São Francisco e a Rua da Baixinha com nossa morada e a matriz.
Veio o dia, contudo, em que novo aceno divino nos chamava para outra missão. Depois de uma quarentena de retiro junto aos monges de Taizé em Vitória do Espírito Santo, voltamos para assumir o novo desafio. O jipe da paróquia nos levou com nossos poucos pertences para a Diocese de Garanhuns. Foi-nos dado servir na pequena cidade de Paranatama. Lá ficamos Angelino, Anísio e eu; Frei Roberto e Enoque voltaram para Porto da Folha.

O povo pasmou aos se verem  servidos inesperadamente por dois padres e um irmão. As autoridades ficaram desconfiadas com esses forasteiros que não os consultaram, nem visitaram e traziam estranhas maneiras e ideias.
Para semear ali sementes de comunidade fazia-se necessário limpar o terreno cheio de intrigas, violência, prepotência impune do coronel reinante. Árdua campanha fizemos pela paz e reconciliação. Despossuídos do poder, sem carro, morando em ponta de rua, causamos forte impacto no povo que nos chamava de irmãos.

A Palavra de Deus ligada ao dia a dia do povo foi se espalhando pelos sítios afora, gerando novo conceito de Deus, confianças neles mesmos, acabando o medo dos coronéis, fazendo nascer núcleos de pessoas irmãs: eram as comunidades eclesiais de base que nasciam de um Evangelho inculturado. Breve começamos a ver os frutos dessa evangelização. Em várias dessas pequenas comunidades as pessoas iam formando bancos de sementes, hortas comunitárias, casas de farinha, capelas, salões comunitários, associação, visando assim uma melhor qualidade de vida. Quero dar um destaque à obra,  ao meu ver, mais importante das comunidades: a conquista da água boa pra uso doméstico. Canalizar água da fonte Lagoa Velha para a população mais carente a seis quilômetros distante foi luta gigantesca, ao ver de muitos, inviável para gente pobre. Pois vencendo a oposição de um prefeito adversário, de um presidente de sindicato “pelego”, do DNER e até de alguns companheiros descrentes, a obra foi realizada e a água chegou ao Riacho do Umbuzeiro, sendo inaugurada pelo Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara e pelo Bispo de Garanhuns, Dom Tiago. Essa proeza das águas desencadeou processos semelhantes em vários lugares. A linha libertadora da Fé e vida atuou em outras frentes. Com muito esforço e alguns fracassos conseguiu renovar o sindicato dos agricultores, insistiu perigosamente na política partidária até depor o coronel Manda-Chuva do lugar.

Nossa saída da casa grande (= convento) para a inserção entre os pobres (= senzala), sensibilizou padres e irmãs freiras a entrar na mesma caminhada. Depois de um retiro de três dias em um lugar ermo, abrigados em tendas, os participantes tomaram novos rumos com maior radicalidade. Frei Angelino e Anísio decidiram partir para um vilarejo à beira da BR que vai a Paulo Afonso. Frei João optou a viver sem dinheiro no povoado  Negras da paróquia de Itaíba. As irmãs deixaram o colégio para morar na periferia mais pobre de Garanhuns, conhecida por rua do Grilo. Pe. Luís Weel (diocesano e holandês) preferiu permanecer comigo na mesma área pastoral, mas indo morar no Sítio Cruz, mais próximo do agricultor. Em terreno doado, construímos uma casa e lá nos metemos com o piso ainda molhado. Ali começou nova etapa de minha vida que suponho ser a derradeira. Ali experimentamos a carência do essencial: energia elétrica não havia, nossa luz era de candeeiro a gás. Água não havia: íamos pegá-la em carro de boi emprestado em poço exposto a animais. Botamos roça de milho, feijão, macaxeira no hectare doado e fizemos plantio de variadas fruteiras. Carro não possuíamos, nem havia carro de linha no Sítio Cruz. Para ir à cidade, fazíamos a pé os dois e meio quilômetros  para pegar transporte na BR. E trazíamos de Garanhuns na força do braço a feira da semana. Mas estávamos felizes e o povo também. Este povo é muito acolhedor do Evangelho. E foi na força do Evangelho que junto ao povo conseguimos canalizar em dois mil metros uma preciosa água que abastece trinta e seis famílias por gravidade. No hectare de nosso uso cavamos três poços Amazonas. Com ajuda da CAVIS (Comissão de Ajuda às Vítimas da Seca) entidade diocesana, construímos um salão para os muitos usos da comunidade, desde a reza até o lazer. Com herança recebida da família, Pe. Luís Weel puxou energia elétrica para nossa casa e para os vizinhos pobres. A Província Franciscana achou por bem enviar para nossa casa os frades egressos do Noviciado para viverem uma experiência pastoral. 

Alguns anos depois chegaram alguns definidores para negociar a vinda do Noviciado ao Sítio Cruz. Construímos alguns quartos para abrigar os noviços. O salão multiuso foi reformado para se prestar tão somente à oração; o lazer foi transferido para outro lugar no sítio. Era preciso escolher um padroeiro para a nova capela. O processo foi democrático por votação. Apesar da força dos numerosos frades que torciam por São Francisco, ganhou Nossa Senhora sob um título até então desconhecido Guadalupe.

Nove anos a casa Nossa Senhora de Guadalupe abrigou o Noviciado Franciscano numa interação valiosa entre noviços e povo de Deus. As pastorais ganharam reforço, a liturgia maior brilho e participação. O novenário da padroeira revelou a imensa simpatia que goza a Virgem morena por parte das comunidades em torno; são dez dias de capela transbordante de gente e de comoventes testemunhos de graças alcançadas.

Um dia, que pena, o noviciado partiu para outras paragens. Fiquei sozinho. Então me atirei com maior vigor à minha velha paixão pelas Comunidades Eclesiais de Base. Com um grupo de dez companheiros (as), a Comissão Diocesana de CEBs, pleiteamos transformar  a casa Nossa Senhora de Guadalupe em um Centro de encontros de formação. Para isso fizemos projeto que através da Província foi encaminhado a entidade europeia. A resposta positiva permitiu a construção de dois dormitórios com capacidade de vinte camas cada um, cozinha, sala de jantar, sala de reunião, palco ao ar livre para a Festa da Colheita.

Esse conjunto de terra e imóveis pertence por doação à Província Franciscana de Santo Antônio e é cedido  para uso das Comunidade Eclesiais de Base. Essas comunidades fazem uso  gratuito da casa franciscana financiado pela Festa da Colheita. Outros grupos que pedem o uso da casa para retiros, capacitações etc. pagam taxas módicas que servem à manutenção do centro. A Festa da Colheita já na 17ª edição, acontece no mês de outubro para agradecer a Deus pela safra obtida e oferecer uma parte da colheita para manutenção da pastoral das CEBs. As sementes e demais ofertas são vendidas e posto o dinheiro em conta conjunta, tem-se um fundo para conservação do Centro pastoral, dos carros, visitas missionárias, despesas com encontros no Centro, gratificação de servidores. O Recanto Franciscano Nossa Senhora de Guadalupe procura atender os usuários nas três dimensões batismais: Sacerdotal, Profética e Política. Na dimensão Sacerdotal, assume os sacramentos da iniciação cristã, a catequese do Batismo, da Eucaristia, da Crisma, a Liturgia. Recentemente começou a haver o Terço dos Homens que vem reunindo para rezar e refletir o Evangelho homens que jamais cruzaram a porta de nossa capela. Na dimensão profética praticamos a leitura da Bíblia iluminando o dia a dia da vida em quase todos os meses do ano. Nessa linha acompanhamos cada gesto profético de anúncio e de denúncia que se faz necessário. Assim participamos da coleta de assinaturas que se tornou Lei da Ficha Limpa; no momento recolhemos assinaturas a favor da Reforma Política e de Eleições Limpas. Entramos de cheio na campanha “um milhão de cisternas” para aproveitar as águas das chuvas do telhado. A bem da verdade, já me antecipei a esse projeto, construindo no Recanto Franciscano cinco cisternas que guardam aproximadamente cento e trinta e cinco mil litros.

O que está faltando nessa casa franciscana? Faltam confrades que formem a fraternidade pois é assim constituída a instituição Franciscana. Foi decisão do último capítulo que os jovens frades estudantes terão um ano de experiência pastoral após o curso de Filosofia e serão distribuídos por algumas casas priorizadas para tal. 

O Sítio Cruz situa-se entre estas áreas. Estou no aguardo que isso se cumpra.

Prezado João Marques, eis em síntese os caminhos que percorri por bondade divina até esse momento. Dou graças a Deus por tudo que me sucedeu e espero com sua graça chegar ao bom fim  que  meu nome augura.

Abraça-o o irmão Juvenal Bomfim

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

18º Festa da Colheita


Convite para a 18ª Festa da Colheita

Sítio Cruz, 12 de setembro de 2014.

Amigo romeiro e romeira do Reino de Deus.
Acolha a Paz que Ele oferece.


Com muita alegria a gente vem anunciar que no dia 19 de outubro próximo será celebrada, no Sítio Cruz, a 18ª Festa da Colheita.
É o dia de demonstrar nossa gratidão ao Pai do céu pelo dom da vida que nos deu e por todos os bens com que nossa vida se sustenta e desenvolve: o ar, a água, os alimentos, a natureza que nos envolve com carinho, as pessoas que cuidam de nós. Agradecer é tão bom e Deus gosta. Para isso, nós da equipe de CEBs, com a comunidade do Sítio Cruz estamos preparando o Recanto Franciscano de Nossa Senhora de Guadalupe com especial cuidado, pensando em você que vem agradecer, louvar e prestigiar esse evento. Para agradecer de verdade você fará  o gesto concreto de oferecer a Deus para sua obra de evangelização algum bem que você produziu ou adquiriu: feijão, abóbora, melancia etc., ou doces, bolos, doações para a rifa. Lembramos que os feijões devem ser bem embalados.
O trabalho de formação bíblica, religiosa e cívica que se faz aqui no Recanto Franciscano e se espalha por tantas comunidades da Diocese precisa de sua ajuda generosa e alegre.
A animação musical vai começar às 8:00h com o som oferecido por Djair e com a voz de Rubens e companheiras. Às 10:00h será o grande momento de Ação de Graças com Missa presidida por Frei Juvenal. Na parte da tarde haverá show e apresentações culturais e às 16:00h o sorteio da rifa.
E então a gente se despede com saudade e acenando com esperança para a próxima festa em 2015.
Abraço da turma das  CEBs

Frei Juvenal


Para doações entrar em contato com Cida Souza. Fone: (87)99886754 - 81265699


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O Bom Fruto

A 18ª Festa da Colheita do Sítio Cruz, foi antecipada. Completou a maioridade e queria ser diferente. Os frequentadores foram avisados repentinamente, e ao receberem o aviso, recebiam também um pedido: por favor passem a notícia adiante. 
Em alguns minutos o mundo inteiro tomou conhecimento e pensamentos de mais variadas regiões foram voltados para o criador do evento, O FREI JUVENAL. O homem que idealizou em 1996, uma pequena festa para que os produtores da região rendessem Graças a DEUS, pela colheita do ano. E a comemoração foi a cada ano, crescendo, crescendo, aumentando o numero de participantes, chegando a uma frequência de mais duas mil pessoas se aglomerando na sombra dos jatobás, onde solidariamente, sobre a batuta do Grande Frei Juvenal, apresentavam parte de suas colheitas para doações, agradeciam à Mãe Terra pelas dádivas recebidas, repartiam fraternalmente o pão, cantavam e dançavam como filhos abençoados.
Este ano, tudo é diferente. Ninguém trouxe produtos de suas colheitas. Trouxe homenagens, testemunhos, aprendizados e saudade. O FRUTO presente, é o próprio Frei Juvenal, que de tão belo, tão doce, tão sublime, tão puro, foi escolhido pelo Pai Celestial, para ir morar nos céus, o lugar das Bem-aventuranças dos justos.
Não podemos lastimar sua partida, sentir saudade sim, pois quem ama sente saudade. Nesse dia temos que dar um aceno de ternura para nosso irmão Juvenal, pois os laços de amor não se quebram com a morte.
Quisera eu está no Sitio Cruz, rendendo minhas homenagens ao meu cunhado querido, como vocês estão, mas impedimentos cruciais não permitiram. Por isso, mesmo de longe, beijo humildemente a fronte de todos que estão presentes nessa grandiosa cerimônia, onde um anjo que morava entre nós, voltou para a Casa do Pai Criador e por ser uma centelha divina, permanecerá em nossos corações, sempre a brilhar!
Nal querido, a você, nossa eterna gratidão.
Valdete Bomfim.
Guardaremos com amor sua imagem. Seus sobrinhos Carlos Vinicius e Júlio Cesar.



Homenagens a Frei Juvenal


Passamos algum tempo sem novas publicações neste espaço, e agora voltamos com um grante aperto no peito para falar da morte de Frei Juvenal. Todos que fazemos as CEBs da Diocese de Garanhuns, amigos e companheiros de caminhada estamos sentindo muito sua falta. Ao longo dessa semana não faltaram homenagens a este grande homem. Vou aqui reproduzir cada uma delas, como forma de agradecimento a todos pelo carinho.

A companheira Ednilza cabral usou as palavras de Santo Agostinho para deste momento tão difícil, acompanhe abaixo:

As palavras de Santo Agostinho nos conforta... é assim que vejo meu querido e amado Frei Juvenal...posso sentir seu abraço e o sorriso que sempre nos alegrou...
A morte não é nada... 
Eu somente passei 
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês. 
O que eu era para vocês, 
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome 
que vocês sempre me deram, 
falem comigo 
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo 
no mundo das criaturas, 
eu estou vivendo 
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene 
ou triste, continuem a rir 
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim. 
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado 
como sempre foi, 
sem ênfase de nenhum tipo. 
Sem nenhum traço de sombra 
ou tristeza.

A vida significa tudo 
o que ela sempre significou, 
o fio não foi cortado. 
Porque eu estaria fora 
de seus pensamentos, 
agora que estou apenas fora 
de suas vistas?

Eu não estou longe, 
apenas estou 
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente, 
a vida continua, linda e bela 
como sempre foi.” 
―Santo Agostinho - Bispo e Doutor da Igreja










sexta-feira, 20 de junho de 2014

VI ENCONTRO DE MULHERES DAS CEBs DIOCESE DE GARANHUNS – PE

Aconteceu nos dias 7 e 8 de junho  no Recanto Franciscano – Sítio Cruz, Garanhuns – PE mais um encontro de mulheres das CEBs com  representação de 12 comunidades para refletir sobre A mulher na Bíblia (Míriã, Débora, Judite, Ester, Maria) e a mulher na Igreja e na sociedade hoje. 

Após acolhimento feito por Frei Juvenal, rezamos, realizamos uma dinâmica de apresentação e frei Juvenal fez introdução ao assunto, situando-nos no contexto histórico da sociedade no Antigo Testamento e o contexto da sociedade atual. Dividimos-nos em cinco grupos cada um para estudar uma mulher. De maneira bem dinâmica os grupos apresentaram sua reflexão. 

O testemunho profético dessas mulheres nos levou a uma conversa muito boa e a um confronto com testemunho de mulheres de hoje. Lembramos de Bina da comunidade de Brejão do Araújo em Saloá apesar de não está mais conosco,  seu testemunho vive. Carmosina do assentamento de Serra dos Mares em Iati, também nos deixou um legado de compromisso na luta por terra, dona Tercina do Sítio Cruz, que também continua nos ajudando com seu testemunho, Irmã Auxiliadora (Clarissa Franciscana) uma grande defensora dos direitos dos pobres  muitas outras foram mencionadas.

 À noite assistimos ao filme do 13º Intereclesial enquanto comíamos petisco e tomávamos coquetel bem preparado por Gláucia. No domingo logo cedo após o café voltamos a nos reunir dando destaque para o compromisso político assumido no Batismo. Reflexão conduzida por Frei Juvenal e bem partilhada por todas. 

Participamos da Celebração Eucarística com a Comunidade e voltamos a nos encontrar para continuarmos a reflexão e avaliarmos. Na avaliação houve destaque para a qualidade da reflexão, considerada motivadora para a missão, a participação, a Celebração Eucarística foram outros pontos de destaque. Lamentamos algumas ausências embora justificadas. O encontro foi concluído com o almoço. Voltamos ainda mais animadas para a missão em nossas comunidades.






















quinta-feira, 29 de maio de 2014

Assembleia anual eletiva da Fundação Santuário das Comunidades do Agreste de Pernambuco, 24 de maio.

Esta Assembleia  mesmo sendo ordinária foi extraordinária por dois motivos: pelos 25 anos da Fundação, primeiro motivo; segundo, pela ocorrência dos 10 anos da morte de Pedro Aguiar, seu fundador.
                Tudo planejado em reuniões anteriores chegou o 24 de maio, o grande dia do evento esperado. Em vários recantos das dioceses de Caruaru, Garanhuns e Pesqueira os associados se movimentavam para chegar ao Santuário. Também no Sítio Cruz, junto ao Recanto Franciscano Nossa Senhora de Guadalupe chegava um micro-ônibus cedido pela prefeitura de Paranatama para conduzir os associados daqui. Alguns membros da Comissão diocesana já seguiram na frente de automóvel. O que nossos olhos avistaram ao transpor a porteira encheu de prazer. A tenda arrumada com bom gosto, o altar no palco, a figura da pedra fundamental, de Pedro, do diácono Paulo, “banner” da Irmã Ady...


               

  Os que iam chegando se refaziam em um suculento café e trocavam abraços alegres de boas-vindas. Todos acomodados  no salão de reunião, iniciamos pelas dez horas a programação com o acolhimento, apresentação das dioceses e a oração. Em seguida a presidenta Hermínia leu e projetou em tela a prestação de contas da Fundação, que foi aprovada  por todos os presentes. Seguiu-se a eleição da nova diretoria para gerir por três anos a Fundação. Os membros presentes das três dioceses se reuniram em lugares separados  pra discutirem e chegarem a consenso sobre os atuais diretores se permaneciam por mais  três anos (direito que os estatutos lhes dão), ou se elegiam outras  pessoas. Exceção da Diocese de Caruaru que mudou dois membros do Conselho Fiscal, todos mais preferiram manter por mais três anos a atual diretoria.
                






É importante mencionar os depoimentos de alguns sócios fundadores e de alguns mais novos sobre passos históricos  desses vinte e cinco anos de caminhada. Dados de crescimento na dimensão da fé, do social, da autonomia, da consciência profética.
                Concluída a eleição, confirmados e fotografados os membros da Diretoria, passamos a preparar  o tema do próximo Natal. Em cochicho com os vizinhos, levantamos vários assuntos que pareciam importantes. Em seguida, Toinho conduziu um processo de enxugamento, alinhados os temas parecidos com a ajuda indispensável de nossa técnica Francielly. Cada bloco de assunto recebeu um defensor. Ao final, por votação, venceu o bloco cujo tema era: Comunidade de Comunidades. Esse tema é do documento 104 da CNBB que será matéria de estudo de todas as Dioceses.
                Veio o almoço para alegria de todos e sufoco das cozinheiras que felizmente receberam ajuda de Irmã Glória e Cida. 





Na parte da tarde toda a atenção foi voltada para a Missa de Ação de Graças e comemoração do jubileu de prata e dos dez anos da partida de Pedro. Lá já estava o carro de som soltando música. Os convidados extras iam chegando. Tarefas iam sendo distribuídas. Passava das três quando iniciamos a celebração, reunidos ao redor do monumento símbolo, a pedra comemorativa dos 25 anos. Presidindo estavam frei Juvenal, Pe. Roberto e se agregou a eles o Bispo Anglicano Dom Sebastião Armando. Recordamos ali o simbolismo da pedra monumento e invocamos a Trindade Santa. O ato penitencial fizemos em três momentos circulando a atenda. Ao Glória abraçamos a tenda com um longo cordão de braços dados, recordando a conquista inicial daqueles espaços. A seguir a missa prosseguiu dentro da tenda. Ao ofertório foram trazidos vários símbolos de forte impacto emotivo: o chapéu de couro de Pedro Aguiar e o livro escrito sobre ele, o banner de Paulo e sua estola diaconal, sandálias, folder do Santuário, agenda, livro de ata e enfim o pão e vinho para a consagração. Os cantos eram festivamente  acompanhados por grande número de instrumentos. Ao final da missa, toda a assembleia cantou os parabéns enquanto fazia entrada o  bolo comemorativo do evento. 






















Cumprida essa etapa os convidados extras fora dispersando enquanto os sócios se preparavam para a confraternização à noite. De repente improvisaram uma fogueira e apareceram os fogos. Rubens e mais cantores e tocadores começaram a aquecer a noite com animadas músicas juninas, A churrasqueira não dava vencimento às carnes, a cozinha dividiu essa tarefa. O forró ia animado, quando a primeira leva de forrozeiros foi convidada a pegar o ônibus de volta para Garanhuns. Baixou de tom a folia que pouco mais durou. Restaram as brasas da fogueira e as patotinhas conversando. As risadas mais animadas vinham da cozinha, onde um grupinho entre copos e piadas festejavam o aniversário de Margarida.



Por Frei Juvenal